domingo, 4 de agosto de 2013

triste

Já não posto aqui a algum tempo... As coisas melhoraram depois de piorar muito... O falecimento da minha mãe e do meu cachorrinho me abateu, mas o trabalho me manteve em pé. Ter ficado em "O Casamento da Ararinha Azul" durante o ano de 2011 foi importante. Fiz grande amigos e o elenco se tornou a minha família. E trabalhar em "Morte e Vida Severina" por dois anos inteiros com 3 meses de folga durante esse período também foi importante para transformar a minha vida e enfrentar meus demônios, afinal, não é sempre que temos 13 pessoas em um elenco. Pessoas tão diferentes... e ter a conviver com essas pessoas de quinta a domingo por dois anos, não é nada fácil. Não sou do tipo que grita, ou que gosta de discutir, eu simplesmente deixo de falar. Acho que isso é o que mais me faz mal. Deixar de falar. às vezes não falo porque não tenho com quem conversar, ou acho que não tenho a pessoa com quem conversar. Acho que não vão entender ou que vou aborrecer alguém... As vezes eu acho que também não vão dar a resposta que eu espero que elas deem, sei lá...
A necessidade de escrever hoje, depois de tanto tempo, é que tenho acordado triste... Ontem sonhei com a morte da minha mãe e com pessoas saindo da minha vida. Coisas que não queria contar ou falar em voz alta. Acordo com uma imensa sensação de vazio e impotência, sabe? Vontade de fazer coisas, mas sei que não conseguirei fazer sozinho e não tenho quem me ajude... Por que é tão difícil conseguir parcerias funcionais nessa vida? Quero fazer curtas, mas ninguém me ajuda, ou tem tempo. Quero criar as minhas coisas, mas não tenho grana. E quando tenho alguma ideia, estou tão cansado que quando o tempo vem, eu quero descansar... Estou insatisfeito e não sei como mudar isso... Já tentei me organizar e quando penso que as coisas vão melhorar... estou preso na falta de tempo e de parcerias. As pessoas tem seus sonhos próprios, desejos, mas não é possível que esses sonhos e desejos não sejam parecidos com os meus... Quando encontrarei essas pessoas? Quando os meus projetos sairão da porra do papel, sabe? Quando vou confiar em alguém pra isso? Me sinto sozinho. Sozinho mesmo. Uma poeirinha no meio de várias. Cheio de vontade mas impotente de muitas coisas... Me sinto cada dia mais triste... acho que vou morrer assim, como muitos seres humanos... frustrado em um trabalho qualquer... Triste...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cicatriz

Nossa... o tempo corrido me privou de escrever em vc, 'caro diário'.... As coisas pioraram muito desde então, mas serei breve quanto a isso. Minha mãe faleceu, decorrente do seu câncer no intestino e um mês depois meu cachorrinho, de cinomose. Foram duas perdas extremamente significativas para mim. Não sei de onde eu tirei forças pra não cair e continuar ensaiando o espetáculo infantil que acabei de estreiar... As dores não cicatrizaram e vão demorar, mas é cedo para falar dessas dores que ainda doem. Minha mãe se foi em Abril e meu pequenininho se foi em Maio...
Encerro aqui esse relato... que ainda dói.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Câncer...

Ser ator é se doar por inteiro. Esquecer da familia, namorada, amigos... É se dedicar a testes, grupos de desconhecidos, espetáculos. Desde o mês passado eu venho me matando pra conseguir um bom trabalho. Fui pro Rio fazer um teste pra novela da Record, que obviamente não passei porque os passos da coreografia que passaram era rápido demais pra mim. No Rio, vi meu irmão e minha irmã e voltei pra BH no mesmo dia pra gravar um programa jornalistico, como convidado. Fiz um teste pra um média metragem e pra um espetáculo infantil musical, esse último eu passei e estou em processo de ensaio. Ensaios diários, de segunda a sexta, 4 horas por dia. Além disso tudo ainda descolei um bico de 'panfletador' (?) ou 'panfleteiro' (?). E isso tudo me ocupa o dia. Mas a minha mãe está internada. Câncer no intestino. Já operou 3 vezes e de estado grave, foi para estado gravissimo... Eu havia conversado com a médica em fevereiro e ela me disse que esse ano eu poderia me preparar e ir preparando a família. Minha família... não tenho uma família grande. Meu pai sumiu quando eu tinha 3 anos e ter achado meus irmãos depois de 28 anos foi um milagre. Pra mim só existia minha avó, minha mãe, minha tia e os agregados (meu tio, casado com a minha tia e meus dois primos). Minha avó morreu a 5 anos atrás, Alshimer e agora isso...
Tenho um padrasto também, que sempre foi um amigo. Ele é cuidadoso com a minha mãe e dorme todos os dias no hospital. Queria que minha mãe se curasse... Não queria ver ela com a barriga inchada. Não queria que a médica desenganasse a gente. Não quero ficar órfão...
O problema dessa correria toda é que acho que minha mãe pensa que eu não ligo pra ela... Mas o que eu faço? Tenho que pagar as contas! Correr atrás das coisas... Eu amo a minha mãezinha poxa... E fico aqui, tentando esquecer isso, mas a imagem dela, deitada todos os dias na cama do hospital me vem.
Eu rezo. Mas não pra ela ficar boa, mas pra que a vontade de Deus seja feita. Não quero minha mãe sofrendo... mas também não quero ficar sem ela... Que coisa é essa coisa de vida né? A gente sabe que tudo se vai, mas a gente custa a entender isso, a aceitar esse destino certo.
Sinto muito peso nas costas sabe? Por ser filho único (por parte de mãe), por ter que me sustentar, por todos me cobrarem, pelas responsabilidades que adquiri.
Não sei se choro. Tô muito confuso. Muito mesmo. Queria ligar pra alguém, falar, mas não quero incomodar ninguém as 00:41...
Acho que a palavra que defini tudo agora é 'saudade'... Saudade de uma vida normal...

terça-feira, 15 de março de 2011

Atualidade

Estou no Rio de Janeiro. Dia 15 de março de 2011.
Vim pra cá pra fazer um teste pra um personagem da novela da Record... Bom, não passei.
Teve teste de dança ¬¬
A coreografia era dificil e eu não conseguia acompanhar o ritmo!! Pra mim era dificil d+! Mas tinha muita gente que conseguiu acompanhar direitinho... É... falhei. A sensação de ser 'descartado', eliminado, em um teste é ruim! Sabe aquela sensação de 'o que eu falo pras pessoas que apostam em mim'? Eu SEI que eu não posso ficar pensando nisso, que é errado, mas significava uma estabilidade, agora que só tenho a minha arte pra me agarrar... Mas sou incompleto quanto a dança. Quando a coreografia é mais lenta, eu consigo, mas vixe, bracinho e perninha em tempo de segundos.... dificil.
Aí fui dar uma volta na praia... Saí do lugar do teste e fui andando e me econtrei com o mar, gigante, imponente. Tirei a blusa e caminhei... devo ter andado mais ou menos uma hora e meia... Minha mente vagava, repensava o teste, a sensação de fracasso. Pensei nos meus sucessos. Pensei em desistir, em largar tudo... O que é o mais facil. Sair de BH, largar tudo pra trás, ir pra SP pra ficar junto da minha namorada. É mais fácil do que continuar lutando... Mas eu NÃO QUERO O MAIS FÁCIL! Quero viver da minha arte, que eu sei que eu sou bom (apesar das minhas falhas como, a dança.). Ser artista acho que deve ser isso. Querer o dificil e acreditar que tudo pode ser melhor.
Hoje estou na casa de artistas... literalmente. Estou cercado de pessoas que fazem testes, figuração, procura trabalhos feito louco. E não tem um dia sequer que a palavra 'dinheiro' não é falada. Não é fútil, sabe? É a preocupação de ter dinheiro pra pagar conta, comer, pegar ônibus pra ir pros lugares. Não ter CINCO reais pra pegar o ônibus pra ir pra um teste que pode dar em algo, ou dar em nada. É atirar no vazio. Acreditar na esperança, na fé, naquilo que fez cada uma das pessoas que moram nesse apartamento largar tudo e vir pra uma cidade diferente, desconhecida, longe de tudos e de todos.
Hoje, os motivos que me move, é totalmente diferente do motivo que me fez mudar pra cá em 2001. Quero ser feliz, e ser feliz significa viver do que eu amo, e do meu destino, que é fazer as pessoas felizes...
 
Copyright (c) 2010 Inconstâncias de um ator
Postado por Jefferson de Medeiros